SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

 “No Seguimento a Jesus Cristo, o Testemunho de uma Vida Nova”:

 

P. P.

A liturgia da Solenidade de São Pedro e São Paulo vem apresentá-los como pilares da Igreja Católica. Os dois, ao longo da história da Igreja são apresentados pelos Evangelhos e o Livro dos Atos de Apóstolos como pessoas frágeis e limitadas ao encontrar-se com Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo. Jesus lhes faz um convite para segui-lo, é dessa adesão como “messias”, Filho de Deus, que se originou a Igreja – a congregação dos discípulos de Cristo, chamada e organizada à volta de Pedro e Paulo. A Pedro foi-lhe confiado as “chaves” da Igreja, ou seja, o poder de interpretar o que Jesus falou e de adequar os ensinamentos do Senhor aos desafios do mundo e de receber na vida comunitária todos os que aceitarem à proposta de salvação que o Senhor Jesus os oferece.

O relato de hoje apresentado por Mateus aponta para a proposta do Reino de Deus. A mesma é aceita somente por um pequeno grupo – o grupo dos discípulos. É daí então, que Jesus se dirige aos discípulos com vários questionamentos sobre sua identidade. A final, do que se trata? Aonde Jesus quer chegar? Jesus tem aqui a intenção de tornar as coisas mais claras para os discípulos e confirmá-los em seu seguimento e a adesão ao Reino. O texto está dividido em duas partes: A primeira parte tem o caráter cristológico, onde está centrado na sua identidade. A segunda, é de caráter eclesiológico, está centrada na Igreja, convocada por Jesus Cristo à volta de seu chefe, Pedro. Na primeira parte Jesus interroga duplamente os discípulos: a respeito do que as pessoas dizem d’Ele e a cerca do que os próprios discípulos pensam a seu respeito. Mateus diz que os “homens” vêem Jesus como os profetas do AT, isso significa que não compreenderam a novidade do Messias nem a profundidade do seu ministério. Os discípulos vão, além disso. Pedro como porta-voz dos demais sintetiza o que Jesus significa para eles: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (v 16). Estes dois títulos simplificam a fé da Igreja de Mateus e a catequese feita a cerca de Jesus. Afirmar que Jesus é o “o Cristo” (messias) significa dizer que ele é o libertador que o povo de Israel esperava definitivamente; como “Filho de Deus” é dizer que ele não só recebeu a vida de Deus, mas que viveu totalmente em comunhão com Deus, que teve uma profunda intimidade e que o próprio Deus o confiou uma única missão; a de salvar a todos os homens. Na segunda parte Jesus se alegra com a resposta de Pedro, por sua abertura à novidade de Deus. Em seguida, chama-o de “pedra”, afirmando que a base sobre a qual estar assentada a Igreja de Jesus Cristo é a fé em Jesus messias, Filho de Deus vivo, que Pedro professa. A pergunta de Jesus continua sendo a mesma: “Quem dizeis quem eu sou?” Todos os dias devemos nos perguntar quem é Jesus para nós! a resposta estará dentro de nós e nas nossas atitudes diárias.

1ª leitura: At 12,1-11

A narrativa dos Atos dos Apóstolos, está condensada uma onda de perseguição à Igreja de Jesus Cristo. A mesma tem como autor Herodes, Agripa I, neto do famoso Herodes, o Grande. O Imperador Calígula deu-lhe, por volta do ano 37, os antigos territórios de Filipe. Depois que Calígula foi assassinado, o Imperador Claúdio, ofereceu-lhe o governo da Samaria e da Judéia. Herodes Agripa I reinou entre os anos 41―44. Em 43, ele intensificou as perseguições as comunidades cristãs, principalmente a de Jerusalém. Pedro é preso. Deus o liberta, essa prodigiosa libertação não deve ser vista de maneira rigorosa historicamente, mas, sobretudo, uma catequese sobre a maneira como Deus olha sua Igreja e cuida dos que dão testemunho da salvação.

2ª leitura: 2Tm 4,6-8.17-18. Salmo: 33(34) “De todos os temores me livrou o Senhor Deus”

A Segunda Carta a Timóteo, provavelmente não tenha sido Paulo que escreveu, a mesma refere-se à vida de Paulo, totalmente preenchida pelo amor de Jesus Cristo e seu Evangelho. Neste relato, Paulo se sente como um atleta que lutou até o fim para vencer e sente-se glorificado com o resultado, resta-lhe receber a coroa de glória, reservada a todos os que lutam com entusiasmos pela a causa do Reino. Eis a tarefa de todo cristão!.

Pistas para reflexão:

A liturgia deste domingo nos apresenta duas maneiras de dar a vida por Cristo: Uma é gastá-la diariamente, na tarefa de levar a libertação que Cristo veio propor a todos, a outra é derramar, de uma vez, o sangue por causa da fé e do testemunho de Cristo. Esse é um desafio que as leituras propõem a todos (as). Não é um caminho fácil. Encontrar-se com Jesus como fez Pedro e Paulo, é viver de forma coerente o compromisso cristão; implica percorrer um caminho de renúncias. Corremos o risco de sermos incompreendidos, visto com desconfiança e até maltratado por causa do Reino de Deus. Quem escolher seguir este caminho não está sozinho, Jesus sempre estará por perto, para animar, fortalecer e livrar de todo mal. Precisamos ser como Pedro e Paulo, percorrer o caminho do amor para no final proclamar Jesus como o Senhor de nossas vidas, o messias, o Filho de verdadeiro.

(Ir. Rita Paixão, NJ* Graduada em Filosofia e Teologia pela FCF. FORTALEZA – CE).

 

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