Roteiro Homilético – 3º DOMINGO DO ADVENTO – ANO C

Roteiro Homilético – 3º DOMINGO DO ADVENTO – ANO C

Por Glêvison Felipe L. Sousa*

Hoje celebramos o domingo do Advento chamado “Gaudete” que significa alegria, porque o Senhor está próximo. A liturgia transmite esse júbilo apresentando desde a Antífona de Entrada: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto…” (Fl 4,4-5). Uma alegria que deve ser comunicada missionariamente aos outros, para que façam também essa experiência pessoal com o Ressuscitado. Não é uma alegria sem sentido, mas uma força para todos os que esperam no Senhor e são seus discípulos “…servindo a ele com alegria…” (Sl 100,2)

 1ª Leitura (Sf 3,14-18a)

O trecho de Sofonias traz um dos oráculos das promessas do Senhor para o povo, a partir da conversão interior. O tempo de Sofonias, mergulhado em grande calamidade, suscita a pergunta: Deus ainda se interessa pelo povo? É ele mesmo que conduz a história? Respondendo a essas questões, o profeta exorta à alegria, consequência da justiça e confiança na misericórdia de Deus, que cancela todo medo e desesperança. Observe que essa alegria não é apenas “interior” (veja os verbos v.14: grita de alegria, canta, alegra-te, exulta), o profeta a descreve como numa festa entre Deus e o povo, com a certeza de sua ação em prol da restauração de Jerusalém.

 2ª Leitura (Fl 4,4-7)

Na espera daquele que vem, o cristão deve alegrar-se, depositando sua esperança nas “…realidades que não passam”. Isso o leva a viver na serenidade e na paz daqueles que tem certeza de que Deus caminha próximo mesmo nos momentos difíceis. Não é uma certeza intelectual, mas que “…ultrapassa todo entendimento.” (v.7) sinal da nossa experiência pessoal com Cristo.

 Evangelho (Lc 3,10-18)

João Batista propõe um plano de conversão preparatório à chegada do Ungido do Senhor, o Filho do Homem que virá julgar o ser humano e o mundo, na consumação dos tempos, onde tudo será plenificado em Cristo. É um plano de conversão em relação a Deus e ao próximo (v.14).

Havia uma expectativa messiânica entre os judeus desse tempo. Como resposta a essa expectativa, João aponta para o Messias num gesto de humildade, distinguindo o seu batismo de conversão do batismo do Messias, reconhecendo que sua força provém de outro e não se achando digno nem de realizar uma tarefa reservada para os escravos (v.16). E o Messias trará o fogo do Espírito sobre os batizados n’Ele. Fogo que aquece, ilumina, purifica. Um anúncio que, para Lucas, será pleno no dia de Pentecostes. O Batismo de Jesus consiste em receber essa vida de Deus que atua no coração do ser humano, transforma-o numa criatura nova, faz do homem egoísta e fechado em si mesmo um homem novo, capaz de partilhar a vida e amar como Jesus.

João retoma a temática do dia do Senhor, evocado pelos profetas. Nesse dia, o Filho do homem virá julgar, de acordo com a fidelidade / infidelidade do povo, separando o trigo da palha, ou seja, a palha que é o restolho, o entulho que não tem mais serventia, será queimado (cf. Joel 2,5) num fogo que não purifica. Mas o cristão, configurado a Cristo pelo Batismo, não terá medo desse dia, porque acolheu a proposta do Reino de Deus que é de libertação: experiência de uma nova vida, uma vida purificada (fogo), uma vida de onde o pecado e o egoísmo foram eliminados, uma vida segundo Deus.

 Pistas para reflexão

A constatação de que Deus nos ama e que reside no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade para todos os que o acolhem, não pode provocar senão uma imensa alegria no coração daqueles que vivem a Fé. Damos sempre testemunho dessa alegria? Será que as nossas comunidades são espaços onde se nota a alegria pelo amor e pela presença de Deus?

 

* Glêvison Felipe L. Sousa é diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte. Graduado em Engenharia Civil, concluiu o Curso de Teologia Pastoral na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE-BH. Membro do Movimento Bíblico Nova Jerusalém em Vespasiano (MG).

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