Roteiro Homilético – XXVI Dom Comum – ano B

Roteiro Homilético – XXVI Dom Comum – ano B

“Agir em nome de Jesus”

Por Ir. Rita Paixão, NJ*

Evangelho: Mc,9,38-43.45.47-48

A liturgia de hoje tem um caráter instrutivo, mas também exortativo para todos os cristãos que buscam a harmonia de espírito dentro e fora da igreja. Jesus, ao ensinar com plena liberdade, os caminhos de Deus Pai, surpreende seus contemporâneos. Oferece normas práticas e precisas para se viver bem. Ao falar dos cortes radicais como: “mão, pé, e olho”, sentido figurativo da realidade, possivelmente está se relacionando com agir da pessoa, que aponta para uma plena atividade ou ação. Quem se afastar do Pai e caminhar na contramão de sua vontade e de seu querer. Isto se chama escândalo.

“Jesus disse: ‘Não proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor…”. Podemos ver que o nome de Jesus tem poder, a força que tem este nome é usada contra os demônios, por outros que não participam do grupo dos doze. Jesus não reprova porque expulsavam demônios no nome dele, certamente aqui, Ele está incluindo a Fé e a adesão a sua pessoa. Só fala em nome de Jesus quem, de alguma forma, aderiu à pessoa dele e crer nele. Pertencer a Jesus Cristo ou ser inteiramente dele produz inumeráveis benefícios para os que recebem seus discípulos. Não temos o direito de reter Jesus só para nós. Nós somos dele, pertencemos a ele. Queira Deus, que, através deste movimento de adesão ao Cristo da fé, todos reconheçam e vivam sob o poder de seu nome.

1ª leitura: Nm 11,25-29

Conforme o livro dos Números, capítulo onze, a missão que Moisés recebera apoiava-se no Espírito de Deus (Is 63,11). Também os setenta anciãos, assistentes de Moisés, recebem este espírito, mas não de modo definitivo, (v 25). Entretanto, havia dois escolhidos, para receber o espírito que não estavam na Tenda do Encontro. Mesmo sem terem ido a Tenda, receberam o Espírito do próprio acampamento. Moisés, não aceitando o falso zelo dos acusavam este fato, reconhece neles o dom de Deus e faz votos que todo povo pudesse receber o Espírito conforme (Jl 3,1-2), onde, o Espírito de Deus será derramado sobre todos, sem distinção de classes, raça ou posição social. O Espírito de Deus é plenamente livre e sopra onde e como quer, pois, não está preso a nenhuma estrutura humana.

Salmo: 18 “A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração”

2ª leitura: Tg 5,1-6.

Tiago, em sua carta faz uma ameaça à riqueza dos ricos, diz que a mesma está podre, por se recusar a partilhar sua abundância com os mais carentes e necessitados. São cegos: não conseguem enxergar a miséria dos pobres, nem os sinais dos tempos. Hoje também, vários cristãos vivem amontoando bens e dinheiro sem nenhum senso moral e protelando o momento de ajustar seu débito com o Senhor Deus. “Deus tarda mais não falha”. Ele vem julgar sobre a caridade testemunhada aos mais necessitados, aqui e agora.

Pistas para reflexão:

A liturgia deste domingo nos convida a refletir sobre o poder e a força que tem o nome de Deus. Seu Espírito age quando, onde e em quem Ele quer. Esta constatação está explicitamente marcada mais precisamente, na primeira e terceira leitura deste domingo. Moisés, na 1ª lietura, deu aos hebreus uma lição neste sentido. No momento da assembléia dos setenta ajudantes (anciãos) que receberam algo do espírito de Moisés dois tinham ficado no acampamento, porém, receberam também o espírito profético. Josué tenta impedi-los, mas Moisés responde de modo imediato. “Oxalá o povo recebesse assim o Espírito. Também, no Evangelho de hoje, Marcos, apresenta o nome de Jesus, e este nome torna presente o Reino de Deus Pai. O nome de Jesus Cristo está ligado a uma realidade nova, que se chama vontade de Deus. Quem tem o nome de Jesus como força positiva com certeza está colaborando de algum modo com o Reino de Deus. Portanto, não devemos pensar que somos os únicos em quem possa agir seu Espírito. Ser reunidos por Jesus Cristo é uma graça, mas não um monopólio, pelo o contrário, devemos ter anseios de que seus benefícios seja espalhados o mais amplamente possível. Eis o nosso dever; levar o nome de Jesus a todos.

 

* Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Graduada em Filosofia e Teologia pela FCF-CE e especialista em psicologia da Religião pela mesma instituição.

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