Diác. Glêvison Felipe[1]
1ª Leitura (Ex 17, 8-13)
Um tema muito presente no Pentateuco é o tema da mediação de Moisés. Ele sempre clama a YHWH em favor do seu povo (Ex 17, 4a). O trecho da leitura de hoje evoca a insistência da oração diante do combate contra as forças inimigas do povo, que obterá vitória se pedir continuamente auxílio a Deus na oração.
2ª Leitura (2 Tm 3,14 – 4,2)
Paulo, prisioneiro do Evangelho, exorta o discípulo para permanecer firme nos ensinamentos da Escritura, que é uma Palavra viva e eficaz, orienta para a salvação. Não é uma letra morta ou simples cumprimento da Lei mosaica (Torah), única garantia de salvação para os judeus. A garantia de salvação agora é a fé em Jesus (v.15) onde o homem fica “…qualificado para toda boa obra.” (v.17), animado e educado pela Palavra de Deus.
Evangelho ( Lc 18, 1-8)
Orar sempre, sem nunca desistir. Assim como o amigo importuno (Lc 11, 5) a viúva do trecho de hoje é atendida pelo juiz por causa da sua insistência, que gera desconforto nele (v.5). A lição de Jesus é esta: se um homem mau – juiz iníquo – atende uma pobre diante de uma súplica incessante, não a atenderá Deus, que é infinitamente bom?
Fazer justiça (v.5) é ser justificado diante de Deus, mesmo no tempo certo, o tempo de Deus que pode se fazer esperar (v.7b). Portanto, a oração de súplica não é forçar a Deus fazer nossa vontade: não é uma fórmula mágica que faz desaparecer os problemas, mas aceita e adere a liberdade e a paciência de Deus. Quando rezo a Deus pedindo algo, me comprometo a crer que Ele me dá energias para começar a fazer aquilo que pedi.
A oração é fruto da fé, que me faz crer que Jesus não veio me livrar dos problemas, mas dar-me coragem, força e sabedoria para enfrentá-los. “Ele nos guarda desde agora e para sempre!” (Sl 120,8)
[1] Glêvison Felipe é Diácono Permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte e colaborador do Movimento Bíblico Nova Jerusalém em Vespasiano, MG.