ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Assunção de Nossa Senhora

NS

Diác. Glêvison Felipe[1]

O Dogma da Assunção foi proclamado pelo Papa Pio XII no Ano Santo de 1950, através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, onde define que “… a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial.” (cf. MD 44). A liturgia da Palavra de hoje nos orienta na compreensão do sentido dessa realidade, percebendo que o destino da Mãe de Deus será o mesmo de todos os homens e mulheres de fé: a plenitude da vida, ou seja,  ressuscitar em Cristo.

1ª Leitura (Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab) – Missa do Dia

A mulher cheia de esplendor, prestes a dar à luz, representa o Povo de Deus, antes escolhido pelo Senhor na Antiga Aliança e depois configurado a Cristo em seu Corpo que é a Igreja. Esse mesmo Povo foi perseguido desde sempre por grandes impérios, indicados aqui pelo símbolo da dominação e do poder do mundo, isto é, o dragão. Segundo a Patrística, a mulher representando a Igreja, nos remete à figura de Maria, cujo sol que a veste é Deus. As dozes estrelas que a circundam representam as doze tribos de Israel, ou seja, todo o Povo de Deus. A lua, sinal da mortalidade, “está debaixo dos pés”, ou seja, Maria deixou para trás a morte e está totalmente vestida de vida. O menino, gerado pela Mulher é evidentemente o Messias, o Cristo gerado por Maria, a Arca (cf. 1ª leitura da Missa da Vigília) da Nova Aliança que carregou em si Aquele que será o fundamento de todo o poder divino que salva e dá vida eterna (v.10ab). Esses acontecimentos na vida de Maria não significam prêmio ou recompensa por seus méritos, mas o cumprimento da salvação que Deus oferece a toda humanidade.

2ª Leitura (1Cor 15,20-27a) – Missa do Dia

Pensar na ressurreição de Cristo é pensar na nossa ressurreição. Cristo, vencendo a morte por primeiro, alcançou para todos os que Nele crêem, na consumação do Reino de Deus, a vida eterna. “Nele brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição…” (cf. prefácio I da Missa dos fiéis defuntos). A partir de Cristo, o ser humano transpõe o véu que separa a nossa realidade puramente sensível da realidade plena de Deus. Ele é acesso de nossa ressurreição. “…eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo…” (Mt 27,50)

Evangelho (Lc 1,39-56) – Missa do Dia

A narrativa de hoje relata o encontro de Maria com Isabel, numa perspectiva de Fé e louvor de Maria, definida aqui como a “Mãe do meu Senhor.” Isabel proclama Maria como feliz (bem-aventurada) não pelos méritos pessoais dela, mas por sua atitude de Fé na Palavra de Deus, deixando-o agir em sua vida. Nesse encontro há a proclamação do hino de louvor a Deus, o Magnificat.

Lucas inspirou-se no Cântico de Ana (1Sm 2,1-10) para a composição desse hino de louvor, que exalta em Maria a personificação de todo o Israel, que alcançou a plenitude da salvação através do “fruto do seu ventre”. O hino festeja três momentos da história da salvação à luz da fé em Jesus Cristo: a humildade e a abertura do fiel ao agir de Deus em sua vida; num segundo momento manifesta-se a confirmação desse agir de Deus, que inverte as estruturas de poder e dominação deste mundo; por fim fala da intervenção de Deus na história por um herdeiro de Abrãao – Jesus – o qual levará ao cumprimento as esperanças dos que confiam naquilo que Deus promete.


[1] Glêvison Felipe é diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte.

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